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quarta-feira, 1 de julho de 2015

A VIDA E O TEMPO


Imagem Google

Não sou uma pessoa imediatista. Preciso de um tempo para digerir as coisas que vão acontecendo na
minha vida,sejam elas boas ou más. Preciso me acostumar, preciso me adaptar, preciso aprender a viver com aquela nova realidade. Infelizmente, o tempo não nos dá muito tempo para isso, ele vem célere, e junto com  a vida segue levando tudo que temos. Juntos abreviam as horas, levam com eles nossos aúreos anos! Levam muitas vezes as oportunidades que temos de dizer a quem amamos o quanto são importantes para nós. Deixamos de dar um beijo, um abraço. Deixamos de compartilhar um silêncio que seja, ou uma risada gostosa, deixamos de travar uma conversa amiga e despreocupada, tudo isso na maioria das vezes por falta de tempo, ou por motivos tão pequenos que envergonham levando-se em consideração o que realmente vale a pena nessa vida.

Tem quase um mês que estou me readaptando. Tem quase um mês que ensaio todos os dias palavras para escrever aqui que possam demonstrar o que eu sinto. Não quero demonstrar dor ou sofrimento, nem quero deixar que a tristeza apareça por aqui. Ela não gostaria que eu fizesse isso...

Há quase três meses eu a vi pela última vez. Era seu aniversário, ela completava 85 anos! Que bela idade, que grande motivo para se comemorar a vida! Reunimos a família aqui, e naquela manhã de sábado de abril pegamos a estrada indo para Jacareí, para comemorarmos com minha Tia Elza, irmã mais velha de Mamãe, seus 85 anos. chegamos lá beirando às 11:00 hs da manhã, e ela já estava aflita no portão, quando descemos dos carros veio ao nosso encontro reclamando que demoramos demais! Ela tinha pressa, e isso não combinava com ela...a casa já cheirava aquele aroma gostoso e inconfundível do seu tempero. A atmosfera era de festa e ela estava feliz demais por estarmos ali. Seus filhos foram chegando aos poucos...uns vindo do trabalho, outros indo. Outros passando ali mas apenas para nos abraçar. Minha tia teve 09 filhos ao todo, uma família já numerosa que foi aumentando conforme os primos e primas iam se casando e foram nascendo seus filhos, netos de minha tia.

Foi um dia de festa. Almoçamos, rimos, relembramos velhas histórias, ela contou muitas outras. Tiramos muitas fotos, ela gostava de rir só de nos ver rir, dizia que nossas risadas eram muito gostosas...e as dela eram deliciosas! Ela estava muito lúcida, mesmo aos 85 anos. Tinha uma sabedoria que encantava, eu adorava ficar bem pertinho dela só para ouvir a sua voz. Em sua fé inabalável, Tia Elza era um exemplo de fé em Deus e na humanidade. Criou 09 filhos ensinando que vale a pena ser bom e viver com honestidade. Nunca vi minha tia reclamar da vida, ao contrário, ela sempre dizia que só tinha a agradecer. Trazia sempre um sorriso nos lábios, e os olhos tão límpidos, refletiam a sua alma.  

Naquele dia que sem sabermos, era a nossa despedida, ela conversou com todos nós, e quando chegou na minha vez, quis saber como eu estava em relação à minha separação, disse que tudo estava certo assim, como estava e que eu tinha que por para fora tudo de lindo que eu trazia aqui dentro. Elogiou minhas pinturas, disse que eu nunca pintei tão bem quanto nessa fase da minha vida, e disse para eu escrever mais, pois ela achou muito linda a homenagem que eu escrevi para o meu pai na passagem do aniversário dele, uma de minhas primas mostrou à ela, e ela me disse emocionada que nunca tinha visto algo tão lindo. Me deu parabéns e pediu para eu continuar escrevendo. O dia voou, e por termos um compromisso no dia seguinte, voltamos para casa naquele mesmo dia. Na hora das despedidas, pouco antes de entrar no carro, olhei para trás e estavam todos no portão, ela estava paradinha, como se quisesse registrar aquele momento para sempre...Voltei correndo até ela e disse: "Tia, voltei para aproveitar e te abraçar mais uma vez"...nos abraçamos apertado, e quando nos olhamos pela última vez estávamos chorando. Voltei para casa em silêncio, me faltavam palavras...

A quase um mês atrás, que se completarão no dia 03, nas primeiras horas dos dia, recebemos a notícia de que Tia Elza tinha nos deixado. Assim como um anjo ela bateu suas asas e em um estalo de dedos, já não estava mais conosco. A dor foi imensa. Jacareí nunca nos pareceu tão longe como naquela manhã de 03 de Junho...fazia frio, estava nublado, assim como nós, um dia sem cor, e parece que todos choravam a partida da minha amada Tia. As despedidas foram dignas de Tia Elza. Simples, porém intensas e muito verdadeiras. E apesar da dor eu nunca vi uma despedida tão linda como a dela. 

Minha Tia é um exemplo para todos nós. Minha mãe ainda está abatida e sofre a perda da irmã que foi uma segunda mãe para ela, na verdade ela foi uma mãe para todos nós. Seus filhos apesar de dilacerados pela dor, estavam e estão conformados com a perda, essa foi a educação que ela deu a eles, a fé em Deus acima de tudo, na certeza de que Ele sabe de todas as coisas! Foram 85 anos de vida dedicadas ao próximo e a Deus. O amor à sua família, e a todos nós, nos traz a certeza de que sem amor a vida não tem sentido. Aos 85 anos Tia Elza era uma visionária, uma mulher que ultrapassou seu tempo. Era feliz, amava a todos e por todos era muito amada...ainda não me acostumei à nova realidade, mas pensando nela esses dias achei que ela gostaria que eu escrevesse sobre ela. Todas as palavras do mundo não seriam suficientes para descrever o quanto amei e amo Tia Elza, mas coloquei aqui todos os sentimentos, todas as alegrias que vivi ao lado dela, o seu carinho e a lembrança do seu sorriso que eu levarei comigo para sempre!

Tenho pedido muito a Deus que não me deixe levar por esse corre-corre da vida. Quero estar sempre atenta, para dizer sempre quem eu amo que os amo, e o quanto os amo...quero dar todos os beijos possíveis e todos os abraços que eu sentir vontade de dar e que nunca dei por vergonha...quero ouvir vozes, conselhos, e mais e mais histórias, quero compartilhar minhas dores e dúvidas, e minhas vitórias e alegrias também! Quero escrever mais, quero contar mais, quero dar mais de mim a quem precisa, certa do quanto de todos eu preciso. Quero reviver o passado de outrora e fazer dele o meu presente, quero dar amor e deixar amor por onde eu passar...

" Se a gente cresce com os golpes duros da vida, também podemos crescer com os toques suaves da alma. "
- Cora Coralina -

quinta-feira, 11 de junho de 2015

Valentine's Day


Foto Google


Como tudo que faço tem que ter História, uma breve explicação, para quem ainda não sabe, sobre a origem do Dia dos Namorados...Aqui no Brasil,  comemora-se  no dia 12 de Junho, na véspera do Dia de Santo Antonio - o Frei Português Fernando de Bulhões, que em sua missas e casamentos, sempre destacava com muito louvor, a importância do amor, e do casamento, foi estabelecido então, o Dia dos Namorados. Nos Estados Unidos, o dia é comemorado no dia 14 de Fevereiro, Dia de  São Valentin, remonta no Império Romano. O Bispo Valentin, foi proibido pelo Imperador Romano Claudius II, de realizar casamentos, e como o desobedeceu, continuando a realizar casamentos, foi preso e condenado à morte, sendo decapitado em 12 de Junho de 270 a. C .

Histórias e origens à parte, hoje, enquanto andava pelas ruas do centro da cidade, notei que às vésperas do Dia dos Namorados, a não ser por alguns enfeites nas lojas, pouco se lembrava a data em questão, ainda mais se comparada a anos atrás!

Impossível não me recordar daqueles anos em que se sentia o cheiro de romance no ar, nas vésperas e no próprio Dia dos Namorados.

Na minha adolescência, estudei sempre de manhã, com o fim das aulas sempre beirando o meio dia, ficava encantada com a quantidade de buquês de flores que eu via nas mãos dos garotos apaixonados,à espera de suas namoradas! As floriculturas, as lojas de perfumes, chocolates, eram as mais procuradas. Aquele famoso brilho no olhar estava presente nos olhares enamorados, corações feitos de caneta, enchiam os cadernos das meninas, que sonhavam com o futuro namorado, na espera do primeiro beijo.

Era tradição aqui na minha cidade, comemorar o Dia dos Namorados no Baile dos Namorados, com o " Roupa Nova ", baile com show promovidos por um clube aqui da cidade. E que tristeza era essa data para mim! Desde muito nova eu já era apaixonada pelo Roupa Nova, amava aquelas músicas lindas mas meus pais não me deixavam ir aos bailes! Era muito nova, reconheço, e até chorava nesse dia, porque era mais um show do Roupa Nova que eu não poderia ir...os anos passaram, e quando eu fiz 18 anos, pude finalmente, ir no Baile dos Namorados! Sem namorado! Rsrsrs...nunca consegui ter um namoradinho que durasse o tempo suficiente para ir ao baile, rsrsrs...por muitos anos, em todos anos de carreira, o Roupa Nova fez esses famosos bailes, e eu estava lá em todos desde a maioridade!

Hoje, percebo que as pessoas perderam aquele romantismo. Perderam a doçura de dar aquele beijo tão esperado! Perderam a criatividade de confeccionar, escrever uma cartinha  de amor; um cartão lindamente decorado.

As músicas eram verdadeiras trilhas sonoras para os corações que eram repletos de amor! Ainda se dançava de rosto colado, dois leves passinhos para cá, dois leves passinhos para lá... éramos embalados pelas belas baladas dos anos 80, época de ouro da música nacional e internacional, saudosista que sou, trago comigo todas aquelas canções que foram tão especiais para mim, embalaram o primeiro beijo, o amor inocente do primeiro namorado, todo amor puro e inocente que trazíamos dentro dos nossos corações...

Os anos se passaram, todas as minhas amigas e meus amigos contemporâneos já  tem suas famílias, seus filhos e até netos! Somos todos "quarentões " saudosos daquela nossa linda época, saudosos daquele romantismo, da inocência que ainda trazíamos em nossos corações. Uma delicadeza, um cavalheirismo, que não existem mais. Foram substituídos pela urgência, deixaram de lado o amor, o romance, a beleza.

Meu coração está em pedaços. Há cinco meses venho tentando reconstruí-lo após uma dolorosa separação. Quem me conhece sabe o quanto foi, e está sendo difícil para mim essa vida nova, em que estou recomeçando a viver novamente, é um recomeço todos os dias, estou reaprendendo a viver sozinha, e sonhar novamente,  a manter acesa a chama que nunca pode se apagar: a chama da esperança no amor, na beleza de um olhar apaixonado, na pureza de um sentimento. Quero não deixar de acreditar em tudo isso, Quero acreditar que sim, o amor existe, e que a felicidade a dois é possível, tão possível como ter alguém que me entenda, e que compartilhe comigo dos meus sonhos, afinal, a perfeição não existe, e somos todos viajantes caminhando por essa estrada que é a vida...quero voltar a acreditar no outro, quero perder o medo do sofrer, eu só quero ser feliz novamente....

Desejo a todos um dia feliz! Repleto de muito amor, muita alegria, e muita esperança! Esperança na vida, e em tudo de tão bonito que eu acabei de escrever aqui...

"Mas é que aqui dentro tem tanta coisa linda, tanto amor, tanta poesia que transbordo em cores, em flores. Sou moça de peito aberto, ofereço sem querer nada em troca, mas recebo de bom grado tudo o que puder me fazer crescer, florescer, AMORecer."
Tati Zanella

terça-feira, 2 de junho de 2015

Recordar é viver....



Igreja de São Francisco de Assis, em Ouro Preto - MG - Toda talhada e esculpida por Aleijadinho


 Que eu sou uma saudosista nata, não é novidade. Que vivo em um mundo de nostalgia, também não. É com pesar que vejo o tempo se esvaindo pelos meus dedos, sem que eu possa detê-lo. Sempre fui fascinada pelo tempo, e por tudo que ele trás consigo, a passagem dos anos, e esse poder mágico e tão espetacular de ser a única testemunha da História!
E é assim que eu começo esse post de hoje, post este que já está na minha cabeça a um bom tempo, guardado nesse meu baú de lembranças, fervilhando, sendo construído até estar pronto para ser colocado aqui...Já faz muito tempo, eu era uma menininha de cinco para seis anos de idade. Por motivos de trabalho de Papai, fomos morar em Conselheiro Lafaiete - Minas Gerais, cidade onde mora toda a minha família paterna, e que é vizinha à Congonhas do Campo. E foi nessa idade que tive a grande honra de ser apresentada ao Mestre Aleijadinho. 
Base da Escultura do Profeta Ezechiel, um dos Doze Profetas de Aleijadinho
Fomos à Congonhas do Campo, em uma tarde de domingo, em um passeio em família, e lá, vi pela primeira vez, as grandes esculturas feitas em Pedra Sabão, pelo Aleijadinho...na minha ingenuidade infantil, primeiro quis saber o que era " aleijadinho ", depois que minha curiosidade foi satisfeita, queria saber como era possível um homem aleijado esculpir tamanhas esculturas! Muitas foram nossas idas à Congonhas do Campo durante os 05 anos que moramos lá. aos 10 eu já era apaixonada por tanta beleza, e já sabia toda a história de vida daquele que foi o maior expoente do Barroco Brasileiro.
Adro dos Profetas - Igreja de Bom Jesus de Matosinhos - Em Congonhas do Campo MG
Meu saudoso amigo Serjão & Eu
Quando eu estava com 10 anos, Papai foi transferido novamente para minha cidade, e foi com imensa alegria que voltamos para Barra Mansa. Mas eu nunca mais me esqueci de Congonhas do Campo, e do grande Mestre Aleijadinho. Os anos foram passando e sempre alguma coisa me levava novamente à Congonhas, e eu via aquilo tudo como se fosse a primeira vez...

 Aleijadinho é considerado o mais importante artista brasileiro do período colonial. Entretanto, alguns pontos de sua vida são ainda obscuros, a começar por sua data de nascimento. A data de 29 de agosto de 1730, encontrada em uma certidão de óbito de Aleijadinho, conservada no arquivo da Paróquia de Antônio Dias de Ouro Preto. Baseado neste segundo documento, o artista teria falecido em 18 de novembro de 1814, com setenta e seis anos, e seu nascimento dataria, portanto, de 1738. Antônio Francisco Lisboa nasceu bastardo e escravo, uma vez que era "filho natural" do arquiteto português Manoel Francisco Lisboa e de uma de suas escravas africanas. A mesma incerteza caracteriza o capítulo de sua formação. Provavelmente ele não teria freqüentado outra escola que a das primeira letras, e talvez algumas aulas de latim. Sua formação artística, ao que tudo indica, teve como prováveis mestres, primeiramente, o próprio pai, arquiteto de grande projeção na época, e o pintor e desenhista João Gomes Batista, que exercia as funções de abridor de cunhos da Casa de Fundição da então Vila Rica.



Ao fundo Igreja de Bom Jesus de Matosinhos - e um dos Doze Profetas de Aleijadinho.


Um dos Doze Profetas de Aleijadinho - no Adro dos Profetas em frente à Igreja de Bom Jesus de Matosinhos
A primeira menção histórica relativa à carreira artística de Antônio Francisco Lisboa data de 1766, quando o artista recebe a importante encomenda do projeto da igreja de São Francisco de Assis em Ouro Preto.
Adro dos Profetas - Esculturas dos Doze Profetas de Aleijadinho em frente à Igreja de Bom Jesus de Matosinhos
O ano de 1777 seria o ano que dividiria sua vida. Um ano de doenças, crucial. Até ali, suas obras refletia jovialidade, até uma certa alegria. Depois, e principalmente no final, a obra do artista é triste, amargurada e sofrida.
"Tanta preciosidade se acha depositada em um corpo enfermo que precisa ser conduzido a qualquer parte e atarem-se-lhe os ferros para poder obrar" (informação do vereador de Mariana, Joaquim José da Silva, citado por Rodrigo Ferreira Brêtas).
"A lepra nervosa é a única afecção capaz de explicar a mutilação (perda dos dedos dos pés e alguns das mãos), a deformidade (atrofia e curvamento das mãos) e a desfiguração facial, as quais lhe valeram a alcunha de Aleijadinho.
"A lepra nervosa (tipo tuberculóide da moderna classificação) é uma forma clínica não contagiosa, em que as manifestações cutâneas podem ser discretas ou mesmo ausentes. É relativamente benigna, poupa os órgãos internos e tem evolução crônica. Compreende-se assim, que Antônio Francisco Lisboa tenha vivido quase 40 anos após haver-se manifestado a doença que não o impediu de completar sua volumosa obra artística".


Um dos Doze Profetas de Aleijadinho no Adro dos Profetas
Em 1796, no apogeu de uma vitoriosa carreira artística, e considerado pelo próprios contemporâneos como superior a todos outros artistas de seu tempo, Aleijadinho inicia em Congonhas o mais importante ciclo de sua arte. Em menos de dez anos cria 66 figuras esculpidas em cedro, compondo os passos da paixão de Cristo e em pedra-sabão, esculpe os 12 profetas, deixando em Congonhas o maior conjunto estatutário barroco do mundo. As obras de Aleijadinho, estão nas cidades mineiras de : Congonhas do Campo, Ouro Preto, Mariana, Sabará, Tiradentes e Ouro Preto.

Costumo dizer que, estar de frente à uma obra de Aleijadinho, é, ganhar para todo o sempre um belo e sublime presente. Suas obras tem uma força descomunal, e ao mesmo tempo, suas feições conseguem transmitir aos olhos de quem as vê, nossa alma nela refletida. Como pode uma escultura de pedra, ou as de madeira conseguirem transmitir tanta vida?
Ali vejo todas as mazelas humanas, todos os sentimentos pelos quais vivemos por todas as nossas vidas. As dores humanas, e as dores de alma. O conhecimento de séculos e uma verdade que se julga inexistente. Os olhares de Aleijadinho expressados em todas as suas esculturas são fortes, dolorosos, e ao mesmo tempo, são frágeis, límpidos e acreditem: " Vivos "!

Aos mais sonhadores, como eu,  digo: Os olhos das belas esculturas do Mestre Aleijadinho " brilham "!!!

Um dos Doze Profetas de Aleijadinho



Aleijadinho é atemporal. É único . É forte. É vivo. É para sempre!
Estar ali, no auto da uma das lindas montanhas das Minas gerais, no Adro dos Profetas, em meio
 daquelas imensas esculturas é uma lembrança que fica guardada na alma de quem tem a oportunidade de ir até lá e conhecer o Mestre Aleijadinho, que continua vivo através de seu legado mesmo depois de três séculos.
Um dos Doze Profetas de Aleijadinho
Aquela garotinha que aos quase seis anos de idade conheceu o Mestre Aleijadinho, ainda mora em mim, e eu a levo comigo a cada vez que a vida tão bondosa, me concede o presente de mais uma vez ir até Congonhas do Campo! Um lugar que todo brasileiro teria que ter a oportunidade de conhecer, a arte de um escravo, a arte de um povo sofrido, a arte que marcou uma época e o nosso país!

Post especialmente dedicado ao amigo de História Carlos Eduardo - Kadu -



Notas:
- Todas as fotos desse post, são de meu acervo pessoal.
- Fonte de Pesquisa ; " Escritório de Arte "

segunda-feira, 16 de março de 2015

Simplicidade



Imagem Google

Semana passada, na sala de espera de um consultório médico, foleava uma revista até que me deparei com  uma pequena mensagem que me chamou atenção porque é algo que não somente eu, mas creio que todo o mundo faça: A eterna mania que temos de complicar as coisas!
Desde então, tenho pensado nisso com uma certa frequência, desejando sim que meus dias sejam menos descomplicados. Já diz aquele ditado: Muitas pessoas vivem " procurando pelo em casca de ovo", ou seja: Vendo problemas onde eles não existem! 

Na maioria das vezes as pessoas enumeram em listas enormes e imaginárias, vários ítens que as fariam mais felizes. Eu mesma já fiz isso: Quantas vezes pensei que se tivesse isso ou aquilo eu seria bem mais feliz! Claro que certas coisas aumentam aquele estado momentâneo de felicidade, mas logo passa dando lugar aquele vazio que muitas vezes dilacera a alma, doí tanto que a gente não sabe mais o que fazer para sanar aquela dor e ter paz...

Ontem, em um domingo em família, fazendo um pequeno passeio pela região rural de minha cidade, ainda tinha comigo esses pensamentos, quando tive a resposta olhando as paisagens que se descortinavam aos meus olhos...Montanhas altas, unidas umas às outras como se fossem coladas, forradas por um verde de tom único como se fossem um tapete. Vez por outra pequenos lagos apareciam e me pegavam de surpresa, refletindo a cor daquele verde que se espelhava naquelas águas. Estrada de chão, empoeirada, vez por outra, cabeças de gado guardadas por cercas de arame mudavam as cores da paisagem, juntamente com poucas casinhas caiadas de branco, tendo apenas as janelas coloridas,vistas ao longe que de tão belas e simples pareciam colocadas ali à mão. Árvores altas, com copas coloridas de vários tons tinham como fundo aquele azul que de tão perfeito inundava a alma e os olhos daqueles que tem a oportunidade de ver tamanha beleza!

No fim do dia, ao fazer uma pequena  retrospectiva dos momentos vividos, cheguei a conclusão de que sim, as coisas mais belas, mais especiais, e únicas são as mais simples! Todos os momentos vividos não tem preço, especialmente aqueles mais singelos, como um passeio, o folear de um livro, um bate papo, uma risada gostosa, aquele abraço apertado,o registro de um momento feliz em uma foto e uma infinidade de coisas que na maioria das vezes nos passa despercebido por estarmos ocupados demais procurando problemas, sempre querendo mais e mais, vivendo em uma busca sem fim por dinheiro, status, beleza física, enriquecendo as contas bancárias, mas esquecendo de enriquecer a alma.

Não quero aqui mostrar um exemplo de vida a ser seguido, longe disso. Escrevo com o ,coração, enriquecendo a alma, e guardando essas palavras entre os meus tesouros mais preciosos: Minhas idéias, meus pensamentos, concepções diante da  efemeridade dessa  vida linda e que nos é tão rara, tão breve e tão preciosa!

" O mundo fica mais bonito quando a gente carrega coisas bonitas dentro do peito."
- Clarissa Corrêa -

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Lembranças...

No último sábado, em uma dessas festas de família, oportunidade para rever aqueles parentes que a gente não vê faz tempo, matar as saudades, colocar o papo em dia e ainda sim, porque não, relembrar a infância...

Aniversário de um aninho de um priminho lindo, filho de uma prima muito querida que eu vi nascer, crescer e que já é mãe! 10 anos de diferença é uma boa diferença, e hoje vejo e filho dela já com um aninho...o tempo realmente não para!
Reencontrando um outro primo muito querido( irmão mais velho dessa prima), temos quase a mesma idade e fomos criados ali juntinhos, éramos eu, minha irmã e ele, e apenas dois anos de diferença me separam da minha irmã e dele, eu era a prima mais velha que tentava tomar conta dos dois que eram terríveis e inseparáveis em suas traquinagens, sobrava sempre para mim ver onde eles estavam ou o que estavam fazendo, ser comportada demais hoje eu sei, não valeu muito a pena não...

Muito legal ver que ele ainda guarda a maioria das lembranças que eu trago comigo, poucas são as coisas que ele não lembrava mesmo sendo um pouquinho mais novo. Disputávamos os três a atenção daquele que foi a melhor coisa da nossa infância: O nosso tão amado e querido Vô Tatão, uma das pessoas mais incríveis que eu tive a honra de conhecer na minha vida...Pai da minha mãe e do pai do meu primo,ambos seus filhos caçulas, o Vô Tatão foi o melhor Avô que uma criança pode ter, extremamente carinhoso, bondoso de um coração enorme.

Teve 09 filhos dos quais 07 sobreviveram, e hoje 05 estão vivos. Muitos netos e netas, mas que como eu, não moravam aqui em Barra Mansa,diferente de nós que vínhamos nas férias escolares, os outros netos vinham menas vezes, então o Vô Tatão era só nosso! Dono de uma personalidade forte e um caráter irreparável, o Sr. Washington Penaforte foi um dos primeiros moradores do bairro que ele mesmo ajudou a crescer e a se desenvolver. Mineiro, veio de Minas com a família há quase 70 anos atrás, muito pobre, conseguiu comprar com muita economia um terreno onde conseguiu construir uma pequena casa e tocar a vida. Carpinteiro e marceneiro era seu ofício, extremamente habilidoso ele fazia de tudo, não havia o que o Vô Tatão não soubesse ou não conseguisse fazer...Um tombo de um telhado quebrou sua perna, e como poucos eram os recursos naquela época, uma bengala se tornou sua inseparável companheira. Impedido de fazer trabalhos mais pesados, abriu um comércio que veio a ser o primeiro do bairro, em uma época onde por aqui se andava em trilhas, pois as estradas ainda não existiam, o Vô Tatão fez de seu armazém um ponto de encontro dos amigos que por ali passavam...Os filhos mais velhos foram se casando, os netos começaram a vir, e a família do Sr. Tatão e da D. Marialina foi crescendo...Minha Avó era doçura pura, fazia tantas coisas gostosas! Muito doce e carinhosa, tinha no meu Avô seu porto seguro, sua fortaleza,  foram mais de 50 anos de casados, e ela sofreu muito quando ele se foi, tanto que não ficou muito tempo com a gente, partindo poucos anos depois...

Eu tinha quase 11 anos quando meu avô nos deixou, aos 74 anos ele foi embora deixando uma família muito triste e sem saber o que fazer sem ele dali por diante. Foram 11 anos muito felizes e intensos os que vivi com meu Avô, os olhos de criança não vêm o que um adulto vê, e hoje 30 anos depois, vejo que meu Avô era um visionário! O homem simples de aparência frágil, era na verdade um gigante. Sempre de terno com seu chapéu na cabeça, era muito respeitado por todos que o conheciam, recebia em sua casa os políticos da época que buscavam nele apoio para suas candidaturas, e era recebido por eles bastando se fazer anunciar. A primeira escola do bairro funcionou em um imóvel emprestado por ele, até que ele mesmo foi até o prefeito da época e exigiu a construção de uma escola no terreno que ele mesmo já tinha ganhado para esse mesmo fim. Muito religioso, não acreditava na vida sem a prática da caridade, ajudava quem quer que chegasse até ele a tal ponto de abrigar pessoas em sua casa, dando comida, e um lugar para dormir. Ganhou também juntamente com outros contemporâneos o terreno para a construção da Igreja Católica do nosso bairro, igreja que ele com minha Avó e seus filhos trabalharam muito para ajudarem a construir. Para mim, um lugar cheio de lembranças, eu sempre me emociono muito quando vou lá, impossível não lembrar dos meus avós, das minhas tias que também já se foram, eles amavam aquele lugar que para eles era muito especial, mais do que representar a religião por nós seguida, é um lugar repleto de significados, dentre eles, o esforço de uma gente muito pobre e repleta de esperanças.

Na última segunda-feira, dia 19 de agosto, completaram-se 30 anos que meu Avô se foi...mesmo muitos anos depois, as pessoas se recordam dele e alguém sempre tem alguma história do Sr. Tatão para contar. Nunca esqueço desta data e naquela tarde fui ver minha mãe que amanheceu triste naquele dia, cheguei lá e ela estava chorando, lembrar do pai para ela é sempre motivo de muita emoção, ela o amava muito, e tem por ele uma admiração infinita...Disse para ela não ficar triste, ela me disse que não era tristeza, era saudade e uma vontade enorme de poder abraçar o pai mais uma vez. Consegui fazer com que mudássemos de assunto mais pensava comigo mesma que eu a entendia: Sua voz era rouca e forte, suas gargalhadas eram gostosas de se ouvir, de longe a gente ouvia o som da bengala, sua mão era calejada e muito acolhedora e carinhosa, seu colo era macio e seu abraço era o melhor lugar do mundo, ele tinha o dom de fazer que as coisas ruins não parecessem tão ruins assim, e  chegando o dia de nós voltarmos para casa, ele apesar de triste, sabia nos convencer cheio de alegria, que logo,  logo estaríamos juntos novamente...

" A saudade é um lugar onde só se chega quem amou".
Padre Fábio de Melo

sábado, 18 de maio de 2013

Divagações...

Imagem: Google

Ao entrar aqui no blog tomei um susto: Tem mais de um mês que eu não faço uma postagem nova!
O que a falta de tempo faz com a gente! Vai adiando, amanhã eu faço, depois, e quando eu vi, já se passou um tempão. Curioso é a vontade que fica me chamando para vir escrever, um monte de idéias emaranhadas na cabeça que ao se depararem com a tela em branco simplesmente desaparecem, deixando esse vazio e essa sensação horrível de sem saber por onde começar...

O tempo segue célere, e a vida efêmera, segue com ele, indo os dois muito rápidos deixando para trás  os desavisados, aqueles que ousam desafiar a exatidão da vida e as incertezas do tempo.

Tenho andado mais distraída do que o costume, repleta de idéias, esperando que elas aconteçam...perco-me em pensamentos várias vezes ao dia, com mil coisas para fazer e não conseguindo realizar sequer uma pequena parte delas. Com uma vontade louca de por minha alma para fora, e mostrá-la ao mundo, mais ela tem vontade própria e está muito mais recolhida no meu ser do que sempre esteve. Quieta, só, repleta de coisas boas, querendo sim crescer e brilhar mais do que nunca, porém ser saber qual dos caminhos seguir...e são tantos os caminhos! A impressão que eu tenho é que ela sente saudade de onde veio.

Há de se pensar que esse é mais um texto melancólico, repleto de tristezas e amarguras, mas não é. Ao vê-lo crescer e tomar forma sei que ele é um texto repleto de amor, esperanças temperado com uma pontinha de indignação, porque não? Indignar-se é para os mais fortes e puros de coração, aqueles que resguardam suas idéias lá no fundo e na hora certa as colocam para fora sem medo, e repletos de sonhos, ousam sonhar, porque não?

Chove lá fora. Como me disse um amigo um dia: " É a chuva, lavando a terra e a alma dos homens"...Ao som do silêncio, acompanhada pela saudade, eu sigo adiante tentando parar de fazer perguntas e ao mesmo tempo imaginar as suas respostas, parar, sentir deixar o coração simplesmente me contar o que ele sabe, e ele conta, com uma sabedoria única, de quem já viveu muitas vidas, esteve em muitos lugares, e teve sempre que sobreviver e seguir adiante, convivendo sempre com as lembranças de outrora. Na verdade, acho que todos nós de uma maneira ou outra, temos que conviver com as lembranças do passado. Ter saudade daquilo que já viveu, outras vezes não. E um tanto quanto complexo: Sentir falta do que não viveu. Muitos sonhos, muitos planos deixados para trás, uma montanha enorme de sentimentos acumulados e não vividos que poluem a atmosfera em que vivemos simplesmente porque deixamos de fazer aquela faxina dentro de nós mesmos...Deixar o coração falar é deixar para trás tudo aquilo que não me serve mais, até mesmo idéias e sentimentos que de tão velhos e esquecidos já nem nos lembram mais de onde vieram e de que são feitos.

Sim, vale a pena "nós" nos lembrarmos de que somos feitos, para que a gente não se esqueça nunca que somos feitos daquilo que é mais puro e único no mundo que é a vontade de seguir adiante, com a pureza de coração, alma límpida e corajosa, como o orvalho tímido e solitário que nasce a cada amanhecer, e fortes como as ondas do mar que ao se quebrarem na areia fazem de cada recuo um novo ponto de partida.

" A saudade é a nossa alma, dizendo para onde ela quer voltar" 

Rubem Alves

quarta-feira, 27 de março de 2013

Amor, apenas amor.


Foto Google

A noite ainda traz o friozinho que a chuva que caiu durante o dia deixou. Um friozinho gostoso, intimista, diria melhor:  Aconchegante.
É é assim que eu me sinto neste instante: " Aconchegada" no meu mundo, no meu cantinho, assim, bem dentro de mim mesma, na minha alma.

Há dias quero falar/escrever sobre o amor. Em suas diversas formas, ele vem conduzindo, moldando, e mudando a humanidade desde o início dos tempos...Muito se fez e se faz em nome do amor. No mundo contemporâneo, o amor chega a ser um sentimento quase casual, esquecido o romantismo, o amor foi substituído pelo sexo em sua ânsia pela liberdade individual na procura de uma felicidade  ilusória, diga-se momentânea, sem raízes, apenas  gotas de felicidade que são levadas pelo vento...

O que eu sei do amor? Nada absolutamente nada. Só sei sentir.

O conheci já na maturidade, sem grandes experiências anteriores, esperei a vida toda pelo príncipe encantado, montado em seu cavalo branco, que viria me buscar para vivermos juntos um grande amor, tal qual as histórias de romance dos livros.  Afastada de casualidades, sempre quis o verdadeiro,aquilo que eu ao olhar para trás poderia dizer  que valeu a pena. Vi as amigas da minha idade se casarem terem seus filhos, construírem as suas vidas, se  decepcionarem, e assim viverem infelizes até hoje. Muitas vezes me perguntei onde será que elas erraram? Mas será que erraram mesmo? Uma pessoa erra ao depositar no outro os seus sonhos de felicidade? Acredito que muitos diriam que erram sim. Eu já acho que não. 

Falando  de amor me recordo do Poeta Homero, em " A Ilíada" (1200a.C - 1300a.C.). Lendárias ou não, as narrativas homéricas em " A Ilíada" narram a história de amor da Princesa Helena de Esparta, esposa do temido Rei Menelau, e de Páris, Príncipe de Tróia, filho do Rei Príamo, que ao visitar Esparta em uma viagem diplomática, se apaixona por Helena e a traz consigo para Tróia, dando início assim a tão famosa     " Guerra de Tróia"...A guerra durou 10 longos anos e foi uma história de amor que não deu certo assim como tantas outras que nós vemos por aqui, sabe porque? Príncipes encantados em seu cavalo branco  e princesas não existem,o que não nos impede de sonhar com um amor verdadeiro,  que nos traga a tão sonhada felicidade.

Como eu mencionei acima, nada sei do amor. Só sei mesmo sentir. E sinto, amo, vivo o amor que eu tenho com toda a verdade e força que me é capaz. Sonho sim, não com o príncipe encantado, rs, mas com a felicidade que me é possível ter e sentir. Sonho amar mais e mais e tê-lo por toda a minha vida. Quero continuar vivendo esse amor além da morte porque sim, eu acredito na eternidade. Assim como acredito na fidelidade dos nossos sentimentos e do quanto somos importantes um  para o outro. A vida não dá trégua e nem sempre a gente consegue viver com todo aquele romantismo, mas sempre digo " eu te amo" que é para ele não se esquecer o quanto ele é importante para mim, pois meu amor é infinito...

Espero poder daqui alguns anos ao olhar para trás, revivermos os doces e tão preciosos momentos de outrora, cada toque, cada olhar, cada emoção, cada vez que nos demos as mãos, ou que nos beijamos, a cada vez que "sentimos" o quanto nos queremos bem e nos amamos. E juntos podermos dizer um ao outro que sim, valeu a pena...

" A GENTE NASCE E MORRE SÓ.
E TALVEZ POR ISSO MESMO É QUE SE PRECISA TANTO VIVER ACOMPANHADO "

- Rachel de Queiroz -

quarta-feira, 20 de março de 2013

Galeria de Fotos do Relicário - Fazenda Boa Vista em Bananal - São Paulo


-Sede principal da Fazenda Boa Vista -

Que post demorado esse. Há dias quero postar mas simplesmente não consegui,  vou sendo levada pelo tempo e quando vejo " já fui " usando a expressão de  um amigo meu...Mas vendo essas fotos novas do meu amigo Volnei Almeida tive ânimo, adoro as fotos dele e essas em especial, pois foram tiradas em um lugar muito especial, que eu gosto muito: Bananal - São Paulo
- Estrada que leva à entrada da Fazenda -

Bananal é a última cidade do Vale do Paraíba, fica ao extremo leste de São Paulo, de onde fica a 314km. No sopé da Serra da Bocaina, é uma cidadezinha pequena e muito agradável, segundo o senso de 2003 tem apenas 9.910 habitantes e uma área de 618,7km2, uma miscelânea do rural com a cidade, o parque ecológico com muitas cachoeiras, trilhas, algumas com a vista para o mar de Angra dos Reis, e ao mesmo tempo, os antigos casarões das fazendas do ciclo do café, repletos de história dos tempos aúreos dos barões de café do Império que atraí muitos turistas durante todo o ano, Bananal é história pura. 
- Uma bela vista, você não acha? -

Bananal nasceu da povoação fundada por João Barbosa de Camargo e sua mulher Maria Ribeiro de Jesus, que aí ergueram uma capela dedicada ao Senhor Bom Jesus do Livramento, em sesmaria que lhes foi doada em 1783. O povoado foi elevado a Vila em 1832, e a Município em 1849, sendo comarca desde 1858. 
O município cresceu e se enriqueceu com as fazendas de café. Com tanta riqueza, Bananal chegou  a avalizar para o Império empréstimos  feitos em bancos ingleses, chegando ao luxo de possuir, por algum tempo,  moeda própria.
- Porta que dá entrada ao Salão principal da Fazenda -

Bananal fica a 30min. aqui de Barra Mansa, o que impressiona muitas pessoas, passa-se do estado do Rio de Janeiro para o estado de São Paulo, assim, em tão pouco tempo. O que mais me impressiona é que mesmo com tanta proximidade Bananal não se deixou contaminar pelos costumes aqui do Sul Fluminense, ao contrário, impressiona a quem chegar lá e ver que se está mesmo em uma cidadezinha do interior de São Paulo. Orelhões diferentes, sotaque paulista acentuado por ser do interior, costumes que se mantém vivos através dos séculos. Artesanato local riquíssimo, lá em Bananal até os homens  fazem crochê, uma das principais fontes de sustento de muitas famílias da cidade e das redondezas, onde a área rural ainda abriga uma boa parte da população.
- Salão Principal da Fazenda Boa Vista -

A fazenda dessas fotos do meu amigo Volnei, é a " Fazenda Boa Vista ", construída em meados de 1780, a fazenda era até então, uma grande produtora de anil, passando depois, já sob administração do seu primeiro  herdeiro, Luciano José de Almeida, a grande produtora de café, possuindo nessa ocasião três mil e novecentos alqueires geométricos, era necessário a mão de obra de mais de 1.000 escravos.
- Objetos que ficam no porão da fazenda -

Hoje, a Fazenda é um " Hotel Fazenda " que recebe hóspedes do mundo inteiro, que se encantam por sua beleza ímpar que leva a quem lá estiver a uma verdadeira viagem no tempo. Não se assuste se pelas terras da Boa Vista você se deparar com uma sinhazinha e sua mucama, rs.
- Vista da janela do Salão Principal da Fazenda -

A Fazenda Boa Vista vem sendo usada há muitos anos nas produções da Rede Globo, forma inúmeras novelas tais como: Sinha Moça,O Casarão, Dona Beija, Cabocla, filmes como o "Coronel e o Lobisomem "
dentre tantas outras produções.

- Muito linda , imponente -

E...
" Ladies And Gentlemens ",
Com vocês " Volnei Almeida " o Futuro " Barão de Araruna "...rs..

- Fonte de Pesquisa : Wikipédia- 

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Saudade

Imagem Google

Ainda me surpreendo com a quantidade de datas comemorativas que se inventam por aí. Tem dia para tudo, é só a gente procurar o que se comemora no dia de hoje que a gente vai achar uma comemoração da qual nunca se ouviu falar. Bom, dessa vez a minha surpresa ficou no dia 30 de janeiro. Navegando em badalada rede social, descobri que nesse dia, comemora-se o " Dia da Saudade ".

Logo pensei: " Caramba tem Dia  da Saudade e eu não sabia? "


"Saudade " segundo o dicionário quer dizer: " Mistura dos sentimentos de perda, falta, distância e amor. A palavra vem do latim " solitas, solitatis " ( solidão), na forma arcaíca de " soedade, soidade e suidade e sob influência de "saúde" e "saudar". É uma das palavras mais presentes na poesia de amor da língua portuguesa e também na música popular. " Saudade " só é conhecida em galego e português, e é de difícil tradução.

A muito tempo atrás, estudando gramática na escola, descobri que a palavra saudade só existe em português, e na época nem dei importância alguma a essa informação. Os anos foram passando e se eu fosse me definir hoje acho que eu me chamaria "saudade". É na minha opinião, uma das mais lindas palavras da língua portuguesa, carregada de um sentimento tão grande, tão amplo, que se torna mesmo difícil de traduzir, de explicar. Em um dos episódios mais vergonhosos da História da Humanidade, os negros trazidos da África sofriam de Banzo, doença caracterizada pelo sentimento de melancolia, saudade e tristeza, em relação a terra natal e de aversão a privação da liberdade praticada com a população negra no Brasil, na época da Diáspora Africana.  

Não resistiam a saudade da sua terra e morriam.

Eu sinto saudades de tantas pessoas, e de tantas coisas...é impressionante como esse sentimento faz parte da minha vida, da minha alma. Sinto saudade daquilo que eu não conheço, como se faltasse algo aqui dentro, um vazio que eu não consigo preencher...Esses dias sonhei com a minha tão amada e saudosa Tia Neide, ela fazia um doce de cocô  delicioso, e no sonho ela estava fazendo o doce. Parecia tão  real, que senti aquele cheiro tão familiar, guardado lá nas entranhas do meu ser, blindado por tantas recordações, tantos momentos bons, risadas gostosas regadas com muito amor e carinho. Isso é saudade. Sentimento que doí, as vezes até machuca. Por outro lado, agradeço a Deus por sentir sim, tanta saudade, e trazer comigo tanto sentimento...

Sinal de que não estou passando por essa vida em vão.

E as datas comemorativas continuam: Hoje 14 de Fevereiro é o Dia da Amizade e o Dia dos Namorados lá nos EUA.



" O tempo não pára! Só a saudade é que faz as coisas pararem no tempo ".
- Mário Quintana - 

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