No último sábado, em uma dessas festas de família, oportunidade para rever aqueles parentes que a gente não vê faz tempo, matar as saudades, colocar o papo em dia e ainda sim, porque não, relembrar a infância...
Aniversário de um aninho de um priminho lindo, filho de uma prima muito querida que eu vi nascer, crescer e que já é mãe! 10 anos de diferença é uma boa diferença, e hoje vejo e filho dela já com um aninho...o tempo realmente não para!
Reencontrando um outro primo muito querido( irmão mais velho dessa prima), temos quase a mesma idade e fomos criados ali juntinhos, éramos eu, minha irmã e ele, e apenas dois anos de diferença me separam da minha irmã e dele, eu era a prima mais velha que tentava tomar conta dos dois que eram terríveis e inseparáveis em suas traquinagens, sobrava sempre para mim ver onde eles estavam ou o que estavam fazendo, ser comportada demais hoje eu sei, não valeu muito a pena não...
Muito legal ver que ele ainda guarda a maioria das lembranças que eu trago comigo, poucas são as coisas que ele não lembrava mesmo sendo um pouquinho mais novo. Disputávamos os três a atenção daquele que foi a melhor coisa da nossa infância: O nosso tão amado e querido Vô Tatão, uma das pessoas mais incríveis que eu tive a honra de conhecer na minha vida...Pai da minha mãe e do pai do meu primo,ambos seus filhos caçulas, o Vô Tatão foi o melhor Avô que uma criança pode ter, extremamente carinhoso, bondoso de um coração enorme.
Teve 09 filhos dos quais 07 sobreviveram, e hoje 05 estão vivos. Muitos netos e netas, mas que como eu, não moravam aqui em Barra Mansa,diferente de nós que vínhamos nas férias escolares, os outros netos vinham menas vezes, então o Vô Tatão era só nosso! Dono de uma personalidade forte e um caráter irreparável, o Sr. Washington Penaforte foi um dos primeiros moradores do bairro que ele mesmo ajudou a crescer e a se desenvolver. Mineiro, veio de Minas com a família há quase 70 anos atrás, muito pobre, conseguiu comprar com muita economia um terreno onde conseguiu construir uma pequena casa e tocar a vida. Carpinteiro e marceneiro era seu ofício, extremamente habilidoso ele fazia de tudo, não havia o que o Vô Tatão não soubesse ou não conseguisse fazer...Um tombo de um telhado quebrou sua perna, e como poucos eram os recursos naquela época, uma bengala se tornou sua inseparável companheira. Impedido de fazer trabalhos mais pesados, abriu um comércio que veio a ser o primeiro do bairro, em uma época onde por aqui se andava em trilhas, pois as estradas ainda não existiam, o Vô Tatão fez de seu armazém um ponto de encontro dos amigos que por ali passavam...Os filhos mais velhos foram se casando, os netos começaram a vir, e a família do Sr. Tatão e da D. Marialina foi crescendo...Minha Avó era doçura pura, fazia tantas coisas gostosas! Muito doce e carinhosa, tinha no meu Avô seu porto seguro, sua fortaleza, foram mais de 50 anos de casados, e ela sofreu muito quando ele se foi, tanto que não ficou muito tempo com a gente, partindo poucos anos depois...
Eu tinha quase 11 anos quando meu avô nos deixou, aos 74 anos ele foi embora deixando uma família muito triste e sem saber o que fazer sem ele dali por diante. Foram 11 anos muito felizes e intensos os que vivi com meu Avô, os olhos de criança não vêm o que um adulto vê, e hoje 30 anos depois, vejo que meu Avô era um visionário! O homem simples de aparência frágil, era na verdade um gigante. Sempre de terno com seu chapéu na cabeça, era muito respeitado por todos que o conheciam, recebia em sua casa os políticos da época que buscavam nele apoio para suas candidaturas, e era recebido por eles bastando se fazer anunciar. A primeira escola do bairro funcionou em um imóvel emprestado por ele, até que ele mesmo foi até o prefeito da época e exigiu a construção de uma escola no terreno que ele mesmo já tinha ganhado para esse mesmo fim. Muito religioso, não acreditava na vida sem a prática da caridade, ajudava quem quer que chegasse até ele a tal ponto de abrigar pessoas em sua casa, dando comida, e um lugar para dormir. Ganhou também juntamente com outros contemporâneos o terreno para a construção da Igreja Católica do nosso bairro, igreja que ele com minha Avó e seus filhos trabalharam muito para ajudarem a construir. Para mim, um lugar cheio de lembranças, eu sempre me emociono muito quando vou lá, impossível não lembrar dos meus avós, das minhas tias que também já se foram, eles amavam aquele lugar que para eles era muito especial, mais do que representar a religião por nós seguida, é um lugar repleto de significados, dentre eles, o esforço de uma gente muito pobre e repleta de esperanças.
Na última segunda-feira, dia 19 de agosto, completaram-se 30 anos que meu Avô se foi...mesmo muitos anos depois, as pessoas se recordam dele e alguém sempre tem alguma história do Sr. Tatão para contar. Nunca esqueço desta data e naquela tarde fui ver minha mãe que amanheceu triste naquele dia, cheguei lá e ela estava chorando, lembrar do pai para ela é sempre motivo de muita emoção, ela o amava muito, e tem por ele uma admiração infinita...Disse para ela não ficar triste, ela me disse que não era tristeza, era saudade e uma vontade enorme de poder abraçar o pai mais uma vez. Consegui fazer com que mudássemos de assunto mais pensava comigo mesma que eu a entendia: Sua voz era rouca e forte, suas gargalhadas eram gostosas de se ouvir, de longe a gente ouvia o som da bengala, sua mão era calejada e muito acolhedora e carinhosa, seu colo era macio e seu abraço era o melhor lugar do mundo, ele tinha o dom de fazer que as coisas ruins não parecessem tão ruins assim, e chegando o dia de nós voltarmos para casa, ele apesar de triste, sabia nos convencer cheio de alegria, que logo, logo estaríamos juntos novamente...
Teve 09 filhos dos quais 07 sobreviveram, e hoje 05 estão vivos. Muitos netos e netas, mas que como eu, não moravam aqui em Barra Mansa,diferente de nós que vínhamos nas férias escolares, os outros netos vinham menas vezes, então o Vô Tatão era só nosso! Dono de uma personalidade forte e um caráter irreparável, o Sr. Washington Penaforte foi um dos primeiros moradores do bairro que ele mesmo ajudou a crescer e a se desenvolver. Mineiro, veio de Minas com a família há quase 70 anos atrás, muito pobre, conseguiu comprar com muita economia um terreno onde conseguiu construir uma pequena casa e tocar a vida. Carpinteiro e marceneiro era seu ofício, extremamente habilidoso ele fazia de tudo, não havia o que o Vô Tatão não soubesse ou não conseguisse fazer...Um tombo de um telhado quebrou sua perna, e como poucos eram os recursos naquela época, uma bengala se tornou sua inseparável companheira. Impedido de fazer trabalhos mais pesados, abriu um comércio que veio a ser o primeiro do bairro, em uma época onde por aqui se andava em trilhas, pois as estradas ainda não existiam, o Vô Tatão fez de seu armazém um ponto de encontro dos amigos que por ali passavam...Os filhos mais velhos foram se casando, os netos começaram a vir, e a família do Sr. Tatão e da D. Marialina foi crescendo...Minha Avó era doçura pura, fazia tantas coisas gostosas! Muito doce e carinhosa, tinha no meu Avô seu porto seguro, sua fortaleza, foram mais de 50 anos de casados, e ela sofreu muito quando ele se foi, tanto que não ficou muito tempo com a gente, partindo poucos anos depois...
Eu tinha quase 11 anos quando meu avô nos deixou, aos 74 anos ele foi embora deixando uma família muito triste e sem saber o que fazer sem ele dali por diante. Foram 11 anos muito felizes e intensos os que vivi com meu Avô, os olhos de criança não vêm o que um adulto vê, e hoje 30 anos depois, vejo que meu Avô era um visionário! O homem simples de aparência frágil, era na verdade um gigante. Sempre de terno com seu chapéu na cabeça, era muito respeitado por todos que o conheciam, recebia em sua casa os políticos da época que buscavam nele apoio para suas candidaturas, e era recebido por eles bastando se fazer anunciar. A primeira escola do bairro funcionou em um imóvel emprestado por ele, até que ele mesmo foi até o prefeito da época e exigiu a construção de uma escola no terreno que ele mesmo já tinha ganhado para esse mesmo fim. Muito religioso, não acreditava na vida sem a prática da caridade, ajudava quem quer que chegasse até ele a tal ponto de abrigar pessoas em sua casa, dando comida, e um lugar para dormir. Ganhou também juntamente com outros contemporâneos o terreno para a construção da Igreja Católica do nosso bairro, igreja que ele com minha Avó e seus filhos trabalharam muito para ajudarem a construir. Para mim, um lugar cheio de lembranças, eu sempre me emociono muito quando vou lá, impossível não lembrar dos meus avós, das minhas tias que também já se foram, eles amavam aquele lugar que para eles era muito especial, mais do que representar a religião por nós seguida, é um lugar repleto de significados, dentre eles, o esforço de uma gente muito pobre e repleta de esperanças.
Na última segunda-feira, dia 19 de agosto, completaram-se 30 anos que meu Avô se foi...mesmo muitos anos depois, as pessoas se recordam dele e alguém sempre tem alguma história do Sr. Tatão para contar. Nunca esqueço desta data e naquela tarde fui ver minha mãe que amanheceu triste naquele dia, cheguei lá e ela estava chorando, lembrar do pai para ela é sempre motivo de muita emoção, ela o amava muito, e tem por ele uma admiração infinita...Disse para ela não ficar triste, ela me disse que não era tristeza, era saudade e uma vontade enorme de poder abraçar o pai mais uma vez. Consegui fazer com que mudássemos de assunto mais pensava comigo mesma que eu a entendia: Sua voz era rouca e forte, suas gargalhadas eram gostosas de se ouvir, de longe a gente ouvia o som da bengala, sua mão era calejada e muito acolhedora e carinhosa, seu colo era macio e seu abraço era o melhor lugar do mundo, ele tinha o dom de fazer que as coisas ruins não parecessem tão ruins assim, e chegando o dia de nós voltarmos para casa, ele apesar de triste, sabia nos convencer cheio de alegria, que logo, logo estaríamos juntos novamente...
" A saudade é um lugar onde só se chega quem amou".
Padre Fábio de Melo
Oi Cris! Você me emocionou com seu post... gostaria de tê-lo conhecido! Ele devia ter muitas histórias para contar... não tem como esquecer uma pessoa assim! É verdade: se bobearmos o tempo nos engole! Mas eu não abro mão das coisas que me dão prazer...O relicário lá do blog foi inaugurado ontem! Fiz umas mudanças no template, cores e criei aquele cantinho para postar pedacinhos de espiritualidade! Hoje estou participando de uma Blogagem Coletiva, é aberta ao público, se quiser participar, clica no ESPIRITUAL-IDADE e vê como é! Bjks Tetê - Manancial
ResponderExcluirLindo o seu texto ! Parabéns !
ResponderExcluirÉ minha grande Amiga, você me fez lembrar muitas coisas de seu Avô Tatão ao qual eu tive o grande prazer de conhecer.
ResponderExcluirE como eu sempre digo:
"A saudade existe não porque estamos longe, e sim porque um dia estivemos juntos."
E "quando a saudade não cabe no peito, transborda nos olhos."
Abraço, Volnei Almeida.
Cris...
ResponderExcluirmeus domingos também não tem sidos mais os mesmos da velha infância, perdi meu avô ha dois meses atras...e agora ‘naquela mesa ta faltando ele, e a saudade dele ta doendo em mim’.
desde a época do fragmentos de mim, você escreve coisas que me envolvem..
sinto sua falta.!
Beijo de sua 'sempre amiga' Josie
Querida amiga
ResponderExcluirLer palavras que nos toquem
o coração,
é como chegar as estrelas
nos braços da luz.
Que haja sempre em ti,
tempo para estar a sós contigo
para ouvir a música do teu coração...
Querida amiga.
ResponderExcluirMeu desejo para os que habitam
o meu coração,
é um mergulho no tempo,
onde cada dia,
é um dia de ano novo,
e cada sonho,
uma senha a ser descoberta,
nesta caminhada rumo a alegria.
Muito obrigado por sua amizade.
Que sejamos e façamos felizes a cada dia.
ALUÍSIO CAVALCANTE JR.